EVOLUÇÃO DO PROFISSIONAL DE CORRETOR DE IMÓVEIS

A Evolução do Profissional de Corretor de Imóveis: Da Intermediação Tradicional à Consultoria Estratégica
O mercado imobiliário passou por profundas transformações nas últimas décadas. Com ele, o perfil do corretor de imóveis também evoluiu. Antes visto apenas como um intermediador de vendas, hoje esse profissional assume um papel cada vez mais estratégico, combinando conhecimento técnico, habilidades digitais e uma forte orientação ao cliente.
Origens da Profissão
O corretor de imóveis, como profissão regulamentada no Brasil, tem sua base na Lei nº 6.530, de 12 de maio de 1978, que dispõe sobre a regulamentação da profissão e a criação dos Conselhos Regionais e Federal de Corretores de Imóveis (CRECI e COFECI). Naquela época, o foco principal era a intermediação entre comprador e vendedor, com base em conhecimento informal do mercado local.
A Era da Informação e o Novo Perfil do Corretor
Com o advento da internet e das plataformas digitais no início dos anos 2000, o comportamento do consumidor mudou drasticamente. Hoje, o cliente chega mais informado e exigente, já tendo acesso a fotos, vídeos, plantas baixas e comparativos de preços antes mesmo de falar com um corretor.
Essa mudança exigiu que o profissional se reinventasse, buscando diferenciação por meio de:
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Capacitação técnica contínua: cursos sobre avaliação imobiliária, legislação, financiamento e urbanismo são cada vez mais valorizados.
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Habilidades interpessoais (soft skills): escuta ativa, empatia, negociação e inteligência emocional passaram a ser competências essenciais.
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Domínio de tecnologias: CRMs imobiliários, redes sociais, tours virtuais e marketing digital se tornaram ferramentas cotidianas.
Segundo estudos de Kotler e Keller (2012), a personalização e a experiência do cliente são os principais diferenciais competitivos nos mercados atuais — e isso se aplica diretamente ao setor imobiliário.
A Transformação em Consultor Imobiliário
Hoje, espera-se que o corretor seja mais do que um vendedor. Ele é um consultor capaz de orientar o cliente na melhor decisão de compra, locação ou investimento. Isso implica compreender o contexto do cliente, suas necessidades financeiras e objetivos de longo prazo.
Essa transição foi bem descrita por Drucker (1999), ao afirmar que "o conhecimento se tornou o principal recurso econômico das sociedades modernas". O corretor de imóveis contemporâneo é, portanto, um trabalhador do conhecimento, cuja principal entrega é a orientação qualificada.
Tendências Futuras
O futuro aponta para uma profissionalização ainda maior. Especializações por nicho (imóveis de alto padrão, corporativos, rurais), uso de inteligência artificial para análise de mercado e atuação híbrida (presencial e digital) já são uma realidade nas principais cidades do Brasil e do mundo.
Além disso, a atuação ética e a construção de reputação continuam sendo pilares essenciais. Como reforça o Código de Ética Profissional do Corretor de Imóveis, o compromisso com a verdade, a transparência e o respeito aos clientes e colegas é inegociável.
Referências Bibliográficas:
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Brasil. Lei nº 6.530, de 12 de maio de 1978. Dispõe sobre a regulamentação da profissão de Corretor de Imóveis e cria os Conselhos Regionais e o Conselho Federal de Corretores de Imóveis.
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Drucker, P. F. (1999). Desafios Gerenciais para o Século XXI. Pioneira.
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Kotler, P., & Keller, K. L. (2012). Administração de Marketing. 14ª ed. Pearson Prentice Hall.
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Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI). Código de Ética Profissional do Corretor de Imóveis.
Conclusão
O corretor de imóveis deixou de ser apenas um vendedor de propriedades para se tornar um consultor de decisões patrimoniais. Na Imobase, reconhecemos e valorizamos essa transformação, oferecendo suporte, informação e tecnologia para que os profissionais estejam preparados para atender às exigências do mercado moderno.