Imóveis de luxo estão em alta no mercado imobiliário: entenda as razões por trás desse crescimento

Nos últimos anos, o segmento de imóveis de luxo vem apresentando um desempenho acima da média no mercado imobiliário brasileiro. Mesmo diante de instabilidades econômicas e variações nas taxas de juros, esse nicho se mantém aquecido, com uma demanda crescente por residências sofisticadas, bem localizadas e com alto padrão de acabamento. Mas por que os imóveis de luxo estão em alta? E o que isso representa para investidores, construtoras e compradores?

Um mercado resiliente e promissor

De acordo com dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), o segmento de alto padrão teve um crescimento expressivo em 2023, com um aumento de mais de 30% nas vendas em relação ao ano anterior. Em São Paulo, por exemplo, bairros como Itaim Bibi, Jardins e Vila Nova Conceição lideram o ranking de valorização e procura por imóveis de luxo.

Esse comportamento é reforçado pelo estudo da consultoria Brain Inteligência Estratégica, que apontou uma mudança no perfil do consumidor de alto padrão: há uma busca cada vez maior por conforto, exclusividade e qualidade de vida. “O imóvel deixou de ser apenas um investimento financeiro e passou a ser também um investimento emocional”, destaca Fábio Tadeu Araújo, economista da consultoria.

Fatores que impulsionam a alta

1. Valorização do bem-estar e do home office
   A pandemia da Covid-19 provocou mudanças profundas no modo de viver. A valorização do espaço dentro de casa e a busca por ambientes multifuncionais impulsionaram a procura por imóveis mais amplos, com varanda gourmet, áreas verdes e espaço para escritório. Isso levou muitos compradores a migrarem para o segmento de luxo.

2. Investimento como proteção de patrimônio
   Em momentos de incerteza econômica, muitos investidores veem os imóveis de alto padrão como uma forma segura de preservar valor. Diferente de ativos mais voláteis, como ações, imóveis de luxo costumam ter baixa vacância e alto potencial de valorização — especialmente quando localizados em regiões nobres.

3. Crédito imobiliário facilitado
   Mesmo com a alta da taxa Selic nos últimos anos, os bancos continuam oferecendo linhas de crédito vantajosas para o público de alta renda. Além disso, muitos compradores desse segmento operam com grande capacidade de pagamento à vista, o que acelera as transações.

4. Interesse de estrangeiros e brasileiros no exterior
   O real desvalorizado tem atraído investidores internacionais em busca de imóveis de luxo no Brasil, especialmente no litoral e em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Florianópolis. O mesmo movimento é observado entre brasileiros que moram fora e aproveitam a cotação favorável para adquirir propriedades de alto padrão no país.

O que esperar dos próximos anos?

Especialistas do setor preveem que a demanda por imóveis de luxo deve continuar crescendo, impulsionada por lançamentos inovadores e maior segmentação do mercado. Incorporadoras têm apostado em tecnologias sustentáveis, arquitetura autoral e personalização como diferenciais competitivos.

Segundo o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), os empreendimentos de luxo e superluxo devem representar uma fatia ainda maior do mercado nos próximos 5 anos, especialmente em centros urbanos e regiões turísticas com infraestrutura consolidada.

Conclusão

O boom do mercado de imóveis de luxo revela uma mudança de paradigma: mais do que status, essas propriedades são vistas como refúgios de bem-estar, segurança e qualidade de vida. Combinando sofisticação, localização estratégica e potencial de valorização, o setor de alto padrão se consolida como um dos mais sólidos e promissores do mercado imobiliário brasileiro.

Referências

• Abrainc – Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias. www.abrainc.org.br

• Brain Inteligência Estratégica. “Estudo do mercado de imóveis de alto padrão no Brasil”, 2023.

• Secovi-SP – Sindicato da Habitação. www.secovi.com.br

• Estadão Imóveis. “Segmento de luxo cresce mesmo com Selic alta”, publicado em março de 2024.

• Exame. “Por que os imóveis de luxo seguem em alta?”, publicado em abril de 2024.